Professor que foi alvo de acusado de matar Marielle pode ser exonerado

Atualizado em 01 de Abril de 2019 às 18h15

Professor do Rio que foi alvo de acusado de matar Marielle pode ser exonerado

O professor da rede estadual do Rio de Janeiro, Pedro Mara, pode ser exonerado do seu cargo.  A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) abriu um processo administrativo por abandono de função. O docente, por recomendações de segurança, se ausentou da cidade, após o seu nome constar no relatório de investigação da Polícia Civil do Rio. 
 

Pedro teve a vida investigada por acusado de matar Marielle e foi afastado por protocolo de segurança. Foto: Reprodução/BdF

A sua vida foi pesquisada e monitorada pelo sargento reformado da PM, Ronnie Lessa, um dos acusados de matar Marielle Franco e Anderson Gomes. O monitoramento teria se dado após um atrito entre Mara e Flávio Bolsonaro nas redes sociais.

Pedro Mara é doutorando na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do CIEP 210, escola da periferia de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no Rio.

O secretário de Educação, Pedro Fernandes, afirmou ao jornal O Globo que o professor terá o direito de apresentar suas alegações no processo administrativo. Fernandes disse que Pedro não receberá tratamento diferenciado.

A diretoria do ANDES-SN divulgou nota na qual se solidariza com o professor e repudia a perseguição e violência contra Mara. E também denuncia a criminalização das lutas, em especial dos professores. “Repudiamos qualquer tipo de violência e ações de ódio contra qualquer pessoa que luta e que expõe suas posições políticas, como é o caso do professor Pedro Mara. Por isso nos solidarizamos e nos colocamos à disposição para o auxílio político e jurídico que se fizer necessário.” Confira aqui a nota.

Prisão arbitrária
Outro caso criminalização e violência contra a comunidade escolar ocorreu no último dia 29. 
Na noite de sexta-feira, o professor de História, Gabriel Pimentel foi preso, junto com dois estudantes, na Escola Estadual Lourdes de Carvalho, em Uberlândia (MG). Gabriel questionou policias que estavam revistando dois estudantes, em frente à escola. O professor entrou na escola e os policiais foram atrás dele. 

Professores, estudantes e o diretor da escola argumentaram que a situação poderia ser resolvida por meio de uma conversa. No entanto, a polícia não retrocedeu e fez uso de spray de pimenta contra estudantes e professores.

Gabriel e dois estudantes foram levados para a delegacia, deixando toda a comunidade sem informação durante toda a madrugada. Os estudantes foram liberados. Já o professor só será solto nesta segunda à noite.

“Há uma onda de militarização da vida, inclusive, nas escolas. A escola é um lugar de ensino e aprendizagem e a polícia demonstrou que não tem nada a dizer nesse ambiente. Infelizmente, essa é mais uma abordagem padrão da polícia com relação aos estudantes das periferias das cidades”, criticou Jorgetânia Ferreira, docente da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e ex-professora de Gabriel Pimentel, no curso de História da UFU.

Com informações de Brasil de Fato e Esquerda Online

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