8 de Março: mulheres saem às ruas do mundo para lutar por direitos

Publicado em 08 de Março de 2019 às 10h49. Atualizado em 08 de Março de 2019 às 11h03
"Vivas nos queremos" - Essa é uma das palavras de ordem deste 8M

Na sexta-feira, 8 de Março, terá lugar a Greve Internacional de Mulheres. A greve ocorrerá no Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora. Nas ruas de todo o mundo, as mulheres lutarão contra o machismo, a desigualdade de gênero, os feminicídios e os projetos que atacam seus direitos. No Brasil, uma das principais bandeiras das mulheres será o combate à Reforma da Previdência apresentada recentemente por Jair Bolsonaro.

Eblin Farage, secretária-geral do ANDES-SN, afirma que são muitos os motivos que farão as mulheres saírem às ruas do mundo na sexta-feira. Ela avalia que as mulheres, no conjunto das lutas da classe trabalhadora, foram pouco a pouco avançando na conquista de direitos. E que, no Brasil e no mundo, o pouco que foi conquistado está sob ameaça.

“Os nossos motivos para sair às ruas são os motivos que devem levar a classe trabalhadora às ruas, agregados aos motivos específicos da necessidade de lutar pela existência da vida das mulheres: como o combate às diversas formas de violência de gênero, à violência institucional, à violência racial”, comenta.

Eblin cita como fundamental a luta contra a Reforma da Previdência. “A Reforma da Previdência é danosa para as mulheres, em especial às mulheres trabalhadoras rurais. O governo quer levar as mulheres à impossibilidade de se aposentar. Quer que as mulheres trabalhem até morrer”, critica a docente.

A secretária-geral do ANDES-SN ressalta que o 8 de Março pode ser um marco na retomada da mobilização contra o governo Bolsonaro e contra o conjunto de medidas que ele vem apresentando. “Nossa grande esperança é que o 8M seja o primeiro grande dia de luta nesse governo. Essa é a aposta do ANDES-SN quando adere à Greve Internacional de Mulheres e aos atos unitários em todo o país. No 8M vamos abrir, diante desse novo governo, uma ofensiva contra a retirada de direitos”, diz Eblin.

ANDES-SN participará da Greve Internacional de Mulheres

O ANDES-SN aprovou, em seu 38º Congresso, participação na construção da Greve Internacional de Mulheres. O Sindicato Nacional indica a paralisação das e dos docentes neste dia. “Fazemos um chamado para que as professoras e professores estejam nas ruas nesse 8 de Março. Que essa mobilização continue até que derrotemos a Reforma da Previdência”, afirma Eblin Farage, secretária-geral do ANDES-SN.

Bandeiras do 8 de Março

O 8 de Março de 2019 será marcado por uma série de lutas fundamentais do movimento de mulheres. A Greve Internacional de Mulheres ocorrerá poucos dias antes de que se complete um ano do assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes. A vereadora carioca será lembrada nas manifestações de todo Brasil por sua defesa intransigente dos direitos das mulheres. Marielle é reconhecida, especialmente, por lutar em defesa das mulheres negras, pobres e moradoras das periferias. Também se cobrará justiça pelos assassinatos, ainda não resolvidos.

Outra bandeira que estará presente nas manifestações brasileiras e internacionais é o direito ao aborto. Enquanto as mulheres de alguns países do mundo conquistam a descriminalização e a legalização do aborto, no Brasil o tema caminha na contramão.

O projeto de Reforma da Previdência, recentemente apresentado por Jair Bolsonaro, também estará na pauta do 8 de Março. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 ataca os direitos de toda a classe trabalhadora, mas especialmente das mulheres. O governo desconsidera que as mulheres têm dupla ou tripla jornada de trabalho. A PEC impõe às mulheres a necessidade de trabalhar por 40 anos para ter direito à aposentadoria integral.

Origem socialista do Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora

Mulheres que comemoravam a data, em fevereiro de 1917, se encontraram com operários têxteis em greve da fábrica Putilov

A data tem uma origem socialista, que foi apagada ao longo dos anos, principalmente durante o período da Guerra Fria. Em 8 de Março de 1917 (23 de fevereiro no calendário juliano), foi realizada uma manifestação de tecelãs e costureiras russas de São Petersburgo. Elas protestaram contra a fome e contra a I Guerra Mundial.

O ato, posteriormente, foi considerado como um dos estopins da Revolução Russa, que ocorreu no final do ano. Em 1921, em Moscou, A 1ª Conferência de Mulheres Comunistas fixou o dia de 8 de Março como data unificada em honra às operárias de São Petersburgo. A data foi, em seguida, adotada pelos movimentos de mulheres de todo o mundo.

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