Docentes da Uepa aprovam indicativo de greve para 30 de abril

Atualizado em 19 de Abril de 2024 às 18h05

Docentes da Universidade do Estado do Pará (Uepa) aprovaram na última segunda-feira (15), em assembleia da categoria, um indicativo de greve para o dia 30 de abril, em protesto contra a proposta de 0% de reajuste salarial. A categoria se une as técnicas e aos técnicos da universidade, que estão em greve desde o dia 26 de março deste ano.  

Sem qualquer diálogo nas mesas de negociação das direções sindicais que compõem o Fórum das Entidades Sindicais dos/as Servidores/as Públicos/as do Pará, o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), afirma que a prioridade no momento são as obras para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá na cidade de Belém, em 2025.

O Sindicato dos Docentes na Uepa (Sinduepa – Seção Sindical do ANDES-SN), em conjunto com outras entidades sindicais do Fórum, participou de uma série de mesas de negociação com o governo. No entanto, até o momento, a resposta do governo foi de 0% de reajuste para 2024. O conjunto do funcionalismo público estadual pleiteia um reajuste de 15% para o corrente ano.  

As e os docentes estão mobilizados desde o início do ano, quando aprovaram a pauta da Campanha Salarial de 2024 e solicitaram ao governo do estado o agendamento de uma mesa de negociação. 

Emerson Duarte, 2º vice-presidente da Regional Norte II do ANDES-SN, esteve na mesa de negociação com os representantes do governo do estado. “Infelizmente, mesmo após o diálogo com a equipe do governo do Pará, em que foi explicitado os dados referentes a receita do estado, com o seu exponencial crescimento, e com a grande margem que o estado tem em relação às despesas com pessoal, o governo se nega em reduzir a enorme perda salarial que os/as funcionários/as públicos/as. Fica a impressão de que essa postura se apresenta como o projeto do atual governo, que se encontra em seu segundo mandato, já que não se trata de dificuldades financeiras do estado”, explicou.

“A saída é permanecer em mobilização e construir movimentos unitários junto aos demais sindicatos do estado para reverter esse cenário”, completou o docente. 

Na próxima terça-feira (23), às 9h, está prevista uma paralisação docente e um ato com assembleia em frente à Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad) para pressionar o governo a negociar. 

Perdas salariais
Este é o segundo mandato de Helder Barbalho no estado do Pará que vem adotando uma política de arrocho salarial, ampliando a precarização das condições de vida do funcionalismo público e consolidando um cenário de desvalorização daqueles e daquelas que prestam serviços públicos à população paraense.

Ao longo desse período (janeiro de 2019 a março de 2024), a inflação acumulada soma 34,6%, calculada pelo IBGE a partir do IPCA. Durante pouco mais de 5 anos de governo, o reajuste salarial ficou restrito a 10,5%, no ano de 2022.

Segundo o Sinduepa SSind., as perdas salariais impostas pelo atual governo do Pará chegam a 21,8%. O quadro salarial das e dos docentes da Uepa se agrava quando comparado com a atual remuneração das e dos docentes da educação básica estadual, que conseguiram garantir uma valorização na carreira docente.

“Não dá mais para conviver com a desvalorização da carreira e com o arrocho salarial ao ponto de um/a professor/a da educação superior ter um vencimento base abaixo do Piso Salarial Profissional Nacional. É inadmissível que um/a docente que adentra na Uepa para desenvolver atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão, no regime de 40 horas, com formação de especialista, receba um vencimento base de R$ 2.640,00 comparativamente, um/a docente que atua na educação básica da mesma esfera estadual, com a mesma carga horária e formação receba um vencimento base de R$ 4.672,52. Não temos outra saída. Agora é greve”, destacou Diana Lemes, coordenadora adjunta da Sinduepa SSind.

O cenário fiscal no estado é um dos melhores durante o período, com alta real de arrecadação no mês de fevereiro de 2024 de 29,2%, e no acumulado de 2024 a alta real foi de 17,3%, conforme dados da Secretaria da Fazenda do Pará. 

Com informações e foto do Sinduepa SSind

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