Cerca de 12.700 docentes e técnico-administrativos, entre ativos e aposentados, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ainda não receberam seus 13º salários. Nessa terça-feira (22), foi realizado um ato em frente à Reitoria da Unesp, em São Paulo, para cobrar o pagamento dos atrasados. No local, acontecia a reunião do Conselho Universitário (CO) da instituição.
Segundo João Chaves, presidente da Associação dos Docentes da Unesp (Adunep Seção Sindical do ANDES-SN), mais de 450 pessoas participaram da manifestação. Estiveram presentes representantes das comunidades acadêmicas da Unesp, da USP, da Unicamp e do Centro Paula Souza.
De acordo com Chaves, inicialmente a reitoria propôs o pagamento do 13º em quatro parcelas. A primeira em fevereiro, e as seguintes em maio, agosto e outubro, condicionadas à arrecadação do ICMS. Depois, recuou e apresentou proposta de pagamento em três vezes.
No entanto, após pressão do movimento, o Conselho aprovou ontem em reunião, o pagamento em duas parcelas: a primeira em fevereiro e a segunda em maio. O presidente da Adunesp SSind. contou, ainda, que a reivindicação do movimento, pelo pagamento integral imediato, foi colocada em votação, mas não foi aprovada.
“Consideramos que foi um processo de redução de danos. E foi certamente uma derrota para o reitor, porque as duas propostas que ele levou não foram aprovadas. Saímos com uma 'meia vitória'", avaliou. Chaves reforçou que a categoria cobra o pagamento integral e imediato do 13º salário.
O resultado da reunião do CO será levado para avaliação dos docentes. Na última plenária estadual da Adunesp SSInd. foi definida uma rodada de assembleias, até 8 de fevereiro. A categoria irá discutir e deliberar sobre o indicativo de não iniciar o ano letivo, previsto para começo do próximo mês, caso não haja o pagamento integral do 13º. O resultado as assembleias será levado avaliação em nova plenária geral, agendada para dias 11 e 12 de fevereiro.
“Vamos reafirmar esse indicativo e solicitar às assembleias que diante da novidade do que foi aprovado no Conselho [os docentes] se posicionem a respeito”, disse. João Chaves informou também que, em alguns campi da Unesp, os técnico-administrativos já estão em greve. Segundo ele, o não pagamento do 13º atinge indiretamente cerca de 40 mil pessoas.
Diferença salarial
Desde 2016, os docentes e técnicos da Unesp recebem salários menores que os demais servidores das outras universidades estaduais paulistas (USP e Unicamp). Naquele ano, o reitor não honrou com o negociado entre o Cruesp (Conselho de Reitores) e o Fórum das Seis, que representa aos trabalhadores das três instituições. Com isso, não receberam o reajuste de 3%, que foi aplicado à folha de pagamento da USP e Unicamp.