Docentes de Goiás continuam em mobilização por reestruturação da carreira

Atualizado em 13 de Março de 2024 às 14h57

A luta das professoras e dos professores da Universidade Estadual de Goiás – UEG teve mais um episódio de desrespeito na última semana. Em reunião agendada na última sexta-feira (8), o governo de Goiás negou a participação da categoria docente, excluindo a voz da Associação dos Docentes da UEG (Adueg Seção Sindical), que havia solicitado a audiência. O encontro, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, com o secretário-geral de governo, Adriano Rocha Lima, foi intermediado pelo Legislativo e apenas parlamentares puderam participar.  Na pauta, estava o debate do plano de carreira e das progressões, que estão represadas desde 2018.

Ato em defesa da UEG realizado em Goiânia na sexta-feira (1). Imagem: Adueg SSind.

O fato comprova o descaso, a falta de transparência e de diálogo do governo Ronaldo Caiado (União) com as reivindicações da categoria. Desde o início de 2023, professoras e professores da UEG tentam negociar com o governo de Goiás, sem avançar em respostas concretas.  A Adueg SSind. chegou a oficiar o governo do estado mais de 15 vezes, solicitando reuniões.

"Em que pese a ingerência do governo e do Judiciário do estado de Goiás, o movimento docente da UEG segue forte e coeso, com atividades de rua, com reuniões e com atividades nas redes sociais em busca de suas reivindicações. Infelizmente, um representante da Adueg foi proibido de participar de uma reunião que tinha sido acordada durante audiência pública que tratou do tema na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego)", critica o 2º tesoureiro da Regional Planalto do ANDES-SN, Luis Augusto Vieira.  

Nova reunião não traz avanços
Após a Adueg SSind. ser proibida de participar do encontro na última sexta-feira (8), nova reunião foi marcada com Adriano Rocha Lima, nessa terça-feira (12). O presidente da Seção Sindical, Marcelo Moreira, participou da reunião como integrante do Grupo de Trabalho (GT) que foi criado para discutir o Plano de Carreira da categoria.

Na audiência, entretanto, não houve avanços. "Mais uma vez, nesta reunião, o secretário Adriano pediu um prazo de 30 dias para estudar a matéria e deliberar as questões relacionadas às reivindicações da categoria. Além do nosso plano de carreira, que há bastante tempo se encontra paralisado, queremos discutir a extinção do quadro de vagas", desaprova Rosivaldo Pereira de Almeida, diretor de Formação da Adueg SSind.

Reivindicações
O movimento apresenta duas pautas centrais: o acesso à proposta de Plano de Carreiras dos Docentes da UEG - em andamento na Secretaria de Estado de Administração (Sead) - , bem como a participação no GT que trata do tema, e também a extinção do quadro de vagas que limita as progressões e impede que docentes sejam remunerados conforme sua titulação. No total, 282 docentes estão com as promoções (mudanças de classe por titulação) represadas desde 2018.

Greve foi criminalizada pelo governo
Apesar da falta de respostas às reivindicações, a categoria teve que suspender, no último dia 6 de março, a greve iniciada no dia 1, após liminar do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). Mesmo sem qualquer desrespeito à legislação de greve, o TJ estipulou multa diária de R$ 100 mil ao movimento. As e os docentes da UEG permanecem mobilizados e a Adueg SSind. entrará com recurso contra a liminar. Antes de deflagrar a greve, a categoria realizou dois dias de paralisação neste ano, em fevereiro (21 e 28).

* com foto da Adueg SSind.

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