12 de maio: Dia Internacional da Enfermagem

Publicado em 12 de Maio de 2020 às 10h48

 

Esta terça-feira, 12 de maio, marca o Dia Internacional da Enfermagem. Em todo mundo, a data é celebrada em homenagem às trabalhadoras e trabalhadores que estão atuando tanto no enfrentamento ao novo coronavírus e também em outras áreas da saúde, também sobrecarregadas devido à pandemia.

No Brasil, o dia de luta e solidariedade será marcado por pequenos protestos, que respeitem o distanciamento social e a utilização de equipamentos de proteção e também por manifestações virtuais, convocadas por diversas entidades sindicais e movimentos sociais, tanto da área da saúde como de outras categorias. 

O ANDES-SN se soma às homenagens e protestos em defesa da vida e dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras e pela revogação imediata da Emenda Constitucional 95, que poderá garantir a ampliação de recursos destinados à Saúde Pública.

Vidas importam!


A falta de recursos e investimento na saúde pública e o desmonte produzido pelos sucessivos governos ao longo dos últimos 50 anos têm sido evidenciados nesse momento de pandemia, que escancarou, ainda, a situação de precariedade e sobrecarga que atuam os trabalhares e trabalhadoras da saúde, em especial da enfermagem em nosso país.

No Brasil, já são 13.403 profissionais da enfermagem afetados pela Covid-19, segundo dados compilados e divulgados pelo Conselho Federal de Enfermagem. O Confen criou uma plataforma digital para acompanhar e denunciar os casos (acesse aqui). 


De acordo com o conselho, dos mais de 13 mil casos, 3840 já foram confirmados e 84 já foram a óbito. Outros 14 profissionais morreram com suspeita de Covid-19, mas ainda não tiveram os resultados positivos para o Sars-cov-2. Desse total de casos, 84,59% são profissionais mulheres. Entre os que morreram, as trabalhadoras representam 60,71%.

No último dia 7, o número de profissionais da enfermagem mortos nos Brasil ultrapassou os EUA, que havia atingido até a data 91 mortos de Covid-19 na categoria. E, também, já representa um número muito maior que os óbitos de profissionais da enfermagem registrados na Itália (35) e na Espanha (4) juntos.

Protesto e desrespeito


Nas últimas semanas, vários estados registraram protestos de trabalhadores da saúde por melhores condições de trabalho e em denúncia à falta de leitos insumos como respiradores, medicamentos e também equipamentos de proteção individual (EPI´s), fundamentais para garantir a segurança e saúde dos e das profissionais que estão na linha de frente no combate à pandemia.

No dia 1 de maio, quando foi celebrado o Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, um grupo de profissionais da enfermagem realizou um protesto na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Com máscaras e mantendo distanciamento recomendado, as trabalhadoras carregaram cruzes em homenagem aos mortos pela Covid 19 e cobravam do governo federal mais respeito às medidas de isolamento para enfrentar o novo coronavírus.


As manifestantes foram insultadas e agredidas por apoiadores do governo Bolsonaro. O mesmo vem ocorrendo em diversos locais do país, com defensores do governo promovendo carreatas e buzinaços em frente a hospitais.


O desrespeito aos trabalhadores e às trabalhadoras da saúde não se limita aos simpatizantes do governo. Além do desmonte promovido pelo governo federal e também nos estados e municípios, cerca de 10 mil residentes - médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, farmacêuticos, entre outros da área da saúde - estão sem receber salários há dois meses. De acordo com o Fórum Nacional de Residentes em Saúde (FNRS), o corte atinge cerca de 60 programas. 


Em um protesto realizado nessa segunda-feira (11), em frente ao Ministério da Saúde, também respeitando o distanciamento e usando máscaras para proteção, os profissionais denunciaram que estão sem recursos para comer, pagar aluguel e contas básicas de sobrevivência. 

O FNRS afirma que muitos estão em processo de endividamento e sofrimento mental e que, em alguns casos, o atraso leva ao “próprio abandono do Programa de Residência pela impossibilidade de prover o sustento mensal básico”. 


Um manifesto divulgado pelo Fórum informa que, frente ao não pagamento integral das bolsas-salários, os trabalhadores iniciaram, nessa segunda (11), uma paralisação nacional até o recebimento das bolsas por parte de todos os residentes do Brasil. “Desde nossas mobilizações organizadas no dia 24 de abril deste mesmo ano, expomos nossa indignação diante do descompromisso persistente colocado para milhares de profissionais da saúde devido ao não pagamento bolsas-salários atrasadas há dois meses. Entende-se que esse descomprometimento se dê por parte das instituições pagadoras das bolsas-salários como o Ministério da Educação, Secretarias Estaduais de Saúde, Secretarias Municipais de Saúde e, em destaque, o Ministério da Saúde, mas também por parte de diversas Instituições Formadoras e suas Coordenações de Residências Uniprofissionais, Multiprofissionais e Médicas que efetivaram tardiamente o cadastro dos residentes em saúde ou, ainda, que têm operado com pouca transparência diante da situação penosa em que se encontram aqueles/as sem salário e sem previsão de recebimento”, conclui o manifesto do FNRS.

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