8 de março: milhares vão às ruas pela vida das mulheres

Atualizado em 09 de Março de 2023 às 14h50

Mulheres em todo o país e no resto do mundo sairão às ruas nesta quarta-feira, 8 de março, no Dia Internacional de Luta das Mulheres contra o machismo, a desigualdade de gênero e o feminicídio. No Brasil, as mulheres marcharão também pela derrubada dos projetos que atacam suas conquistas e estão em tramitação no Congresso Nacional e casas legislativas dos estados e municípios, em defesa da democracia, dos territórios, por mais direitos e "sem anistia" para todos os crimes cometidos no governo de Jair Bolsonaro.

A data terá como tema "Pela Vida das Mulheres" e diversos atos já estão programados no dia 8 e durante todo o mês. As manifestações marcarão também os cinco anos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. A vereadora carioca será lembrada por sua defesa intransigente dos direitos das mulheres, especialmente, por lutar pelas mulheres negras, pobres e moradoras das periferias. Também se cobrará respostas e justiça pelo crime cometido no dia 14 de março de 2018. Até hoje, não houve conclusão sobre os mandates e as motivações do assassinato.

"Nesse 8M é importante que nas principais capitais mulheres e homens, cis e trans, saiam às ruas para denunciar a violência de gênero. Especialmente, nesse momento histórico de retomada da democracia, temos que pressionar para que as políticas voltadas para as mulheres sejam retomadas e que recursos sejam destinados a essas políticas, e que tenhamos a efetivação de medidas concretas em defesa da vida das mulheres e de combate à violência de gênero e aos feminicídios", afirma Rosineide de Freitas, 2ª vice-presidenta da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN e da coordenação do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual.

Há confirmações de protestos em mais de 20 cidades brasileiras. No Rio de Janeiro, um ato unificado está previsto na Avenida Rio Branco, no centro da cidade. A concentração será na Candelária, às 16h, e o lema é "Sem anistia! Chega de feminicídio e violência contra as mulheres do campo, da cidade e da floresta! Por emprego e renda, pela legalização do aborto e pelo fim da fome! Em defesa da educação e da saúde públicas!".

Em Brasília (DF), as mulheres se concentrarão no Eixo Cultural Ibero-americano (antiga Funarte), a partir das 16h. De lá, seguem em marcha até o Palácio do Buriti, sede do Executivo distrital, para exigir do governo do Distrito Federal políticas de enfrentamento à violência de gênero. O DF tem registrado aumento alarmante nos casos de feminicídio.

Já em Fortaleza (CE), a concentração se inicia às 14h, na Praça do Ferreira, com caminhada pelo centro. No mesmo dia, a Câmara Municipal realizará, às 19 horas, uma sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Zuleide Queiroz, 2º vice-presidenta do ANDES-SN será uma das homenageadas.

Em São Paulo, as mulheres se reúnem às 17h no Vão Livre do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), na Avenida Paulista. "Mulheres em defesa da Democracia" será a bandeira levada às ruas. Antes, às 15h, haverá atividade no Espaço Cultural Lélia Abramo.

Feminicídio
O Brasil teve ao menos um feminicídio por dia em 2022, registrando 495 vítimas. Os estados de São Paulo (109) e Rio de Janeiro (103) lideram os casos. Os dados fazem parte do terceiro relatório "Elas Vivem: dados que não se calam", elaborado pela Rede de Observatórios da Segurança, lançado nesta semana. A pesquisa monitorou ainda 2.423 casos de violência contra a mulher, em sete estados brasileiros: Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Piauí. São Paulo lidera novamente o ranking com 898 casos, seguido do Rio de Janeiro com 545.

Mercado de Trabalho
Um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na segunda-feira (6), revelou que a maioria dos domicílios no Brasil é chefiada por mulheres. No entanto, elas lideram as taxas de desemprego, desalento e ganham menos que os homens. Dos 75 milhões de lares do país, 50,8% tinham liderança feminina, o que correspondente a 38,1 milhões de famílias. Já as famílias com chefia masculina somaram 36,9 milhões. As mulheres negras lideravam 21,5 milhões de lares (56,5%) e as não-negras, 16,6 milhões (43,5%), no 3º trimestre de 2022.

ANDES-SN na luta
O ANDES-SN tem lutado pelos direitos das mulheres no âmbito do Sindicato, como a aprovação da paridade de gênero no ANDES-SN, a defesa da legalização do aborto, a construção do 8M em diversas cidades do país, a inclusão do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha no calendário permanente de lutas do ANDES-SN, a criação do documentário "Narrativas Docentes - Luta das Mulheres" (confira ao final da matéria), a instalação da Comissão de Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual nos eventos do ANDES-SN, entre outras ações.

"O ANDES-SN, nos seus 42 anos de atuação, está ao lado da luta das mulheres, do lado certo da história e não será diferente. Todas as nossas secretarias regionais e seções sindicais estarão nas ruas nesse 8M para, mais uma vez, se levantar contra a violência de gênero e o feminicídio. É na luta que a gente se encontra”, concluiu Rosineide.

*Confira os atos agendados:

Belém (PA): 8h, no Largo do Redondo.

Manaus (AM): 15h, na Praça da Saudade. O ato seguirá, a partir das 16h, para a Praça São Sebastião, no centro da cidade.

Natal (RN): 15h, no Midway.

Mossoró (RN): 9h, batucadas pelas ruas do centro da cidade, chegando às 10h30 em frente à Praça do Pax.

Fortaleza (CE): 14h, na Praça do Ferreira. Caminhada pelo centro a partir das 14h.

Aracaju (SE): 8h, na Praça General Valadão, no centro da cidade.

Recife (PE): 14h, na Treze de Maio. A saída do ato acontece às 16h.

Salvador (BA): 13h, Largo da Lapinha. Caminhada até o Pelourinho.

Palmas (TO): Atividades durante todo o dia na Feira Livre do Aureny I.

Brasília (DF): 16h, no Eixo Cultural Ibero-americano (antiga Funarte). De lá, ato vai até o Palácio do Buriti.

Campo Grande (MS): 8h, na Praça Ari Coelho.

Dourados (MS): 15h, na Praça Antônio João.

Belo Horizonte (MG): 16h, na Praça da Liberdade.

São Paulo (SP): 17h, na av. Paulista.

Santos (SP): 17h, na Estação da Cidadania de Santos.

Campinas (SP): 17h, Largo do Rosário.

Rio de Janeiro (RJ): 16h, na Candelária

Curitiba (PR): 16h, na Praça Santos Andrade. Às 19h, o ato segue até a Boca Maldita.

Porto Alegre (RS): 18h, na Esquina Democrática.

Florianópolis (SC): 18h, em frente ao Ticen.

*programação publicada pelo Brasil de Fato

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