Docentes das estaduais do Ceará cobram reposição de perdas salariais de mais de 37%

Atualizado em 27 de Abril de 2023 às 18h09

*texto postado em 25/4, alterado para mudança de editoria.

Em reunião, representantes do governo propuseram reajuste parcelado de 5,8%

Docentes das três universidades estaduais cearenses - do Ceará (Uece), Regional do Cariri (Urca) e do Vale do Acaraú (UVA) – participaram, nessa segunda-feira (24), de um protesto na Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado (Seplag), em conjunto com estudantes e demais categorias do funcionalismo estadual que compõem o Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos do Ceará (Fuaspec). O Estado de Greve foi aprovado, no último mês, por professoras e professores das três instituições estaduais de ensino superior cearenses.

Na tarde dessa mesma segunda, aconteceu a reunião da Mesa Estadual de Negociação Permanente, cujo horário foi alterado para evitar o ato das servidoras e dos servidores. No encontro, Sandra Machado, Secretária do Planejamento e Gestão do Ceará – Seplag, e Nelson Martins, da Assessoria Especial da Casa Civil, informaram que o governo pretende conceder apenas 5,8% de reposição salarial. O pagamento se daria de forma parcelada nos meses de junho (3%) e outubro (2,8%) sem previsão de retroativos referentes à data-base.

Presentes durante todo o dia na sede da Seplag, representantes das seções sindicais do ANDES-SN – Sinduece, Sindiurca e Sindiuva - receberam com indignação a resposta do governo Elmano de Freitas à reivindicação dos servidores e das servidoras estaduais. De acordo com estudo da Fundação SINTAF, nos últimos oito anos, a categoria amarga perdas de 37,03%, por conta da não recomposição da inflação durante os governos de Camilo Santana e Izolda Cela.

“A gente obviamente rechaçou a proposta no sentido de dizer que isso nem de longe corresponde às expectativas dos servidores”, informou Ravenna Guimarães, coordenadora-geral do Fuaspec, na saída da reunião. “A gente queria o mínimo de respeito à data-base, que o governo diz que, segundo uma interpretação dada pela PGE, não tem obrigação nenhuma de seguir se comprovar que está sem capacidade financeira, mas também não apresenta os dados que comprovem isso”, criticou.

Segundo a coordenadora do Fórum, os secretários afirmaram discordar da defasagem apontada pelo estudo da Fundação SINTAF, mas não se comprometeram a apresentar números oficiais. “A fala do Nelson Martins é que o Estado não tem nenhum tipo de obrigação de apresentar os relatórios gerenciais. O que eles dizem ter de obrigação é o que está no Portal da Transparência”, repassou Ravenna.

Para Lena Espíndola, diretora da Sinduece SSind, o governo estadual tenta desmoralizar os servidores e as servidoras. "Depois de um ato grande como fizemos hoje, é desmoralizante essa resposta, é um desrespeito esse tom de negar tudo. Além de apontar para um reajuste indecente, nega dialogar, nega atender o retroativo, nega tudo aos servidores estaduais", considerou.

A próxima rodada da Mesa Estadual de Negociação Permanente ficou agendada para o dia 29 de maio. As seções sindicais realizarão assembleia nos próximos dias para avaliar a reunião e decidir os próximos passos da mobilização.

*Com informações e fotos da Sinduece SSind.

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