Docentes e estudantes são agredidos durante protesto pacífico em frente ao MEC

Atualizado em 18 de Julho de 2019 às 16h44

Docentes do ANDES Sindicato Nacional promoveram na tarde desta terça-feira, 16, panfletagem em frente ao Mistério da Educação. Os professores entregaram o “Manifesto em Defesa da Educação Pública e Gratuita” para reitores que estavam em Brasília aguardando para reunião com o Ministro da Educação, Abraham Weintraub.

O projeto apresentado aos reitores durante a reunião, intitulado Future-se, tem como objetivo o empreendedorismo e a inovação, em uma perspectiva ultraliberal e privatista. O presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, participou da panfletagem na entrada do ministério e destacou a importância das instituições se posicionarem contra este projeto, que é extremamente prejudicial para a educação. “Pelo o que já foi anunciado, o Future-se é um pacote que dá a opção para as instituições de ensino superior mudarem o caráter jurídico de autarquia para que possam ser administradas por organizações sociais. Ou seja, significa o rompimento com o caráter público dessas instituições, passando para a iniciativa privada a gestão e a forma de contratação. É a ampliação da privatização e da precarização da educação e do nosso trabalho”, avalia Antonio. 

Estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) também participaram do ato, protestando contra a cobrança de mensalidades em universidades públicas, proposta que seria discutida na reunião com os reitores das universidades, institutos e CEFET. 

A manifestação, que estava pacífica e democrática, foi manchada pela truculência da Polícia Militar, que cercou a entrada do MEC e dispersou os manifestantes com spray de pimenta e agressões. Um estudante foi levado pela polícia. 

Sobre o Programa

Poucas informações sobre o programa future-se foram divulgas. Porém, fontes afirmam que o projeto terá como objetivo o "fortalecimento da autonomia financeira das universidades e dos institutos federais". Isso significa, em poucas palavras, reduzir o repasse de recursos da União para as Universidades Federais. O projeto se baseia em experiências de outros países (Austrália por exemplo), em que a educação pública não é totalmente gratuita, sendo financiada parcialmente pelo estudante. No Manifesto de Alerta em Defesa do Ensino Superior Público e Gratuito, o ANDES-SN aponta que este projeto é ''um profundo ataque à universidade pública, ferindo sua autonomia e impondo categoricamente a privatização''.

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