Docentes e estudantes uruguaios lutam por melhores salários, orçamento e contra reformas na Educação

Publicado em 20 de Outubro de 2022 às 16h56
Docentes da Udelar em protesto durante paralisação nesta quarta (19). Foto: Adur

Após uma greve de quatro dias no começo de outubro (4 a 7), docentes da Universidade da República do Uruguai (Udelar) realizaram nova paralisação de 24 horas nessa quarta-feira (19). A mobilização foi convocada pelo Intergremial, que reúne as entidades representativas de estudantes, técnicos e a Associação de Docentes da Udelar (Adur).

A greve na Udelar foi suspensa em assembleia, após promessa de abertura de negociações com o governo para discutir as reivindicações do movimento. A categoria também já havia anunciado que retomaria a mobilização caso a Câmara dos Deputados não ratificasse os aumentos votados para Udelar no Senado.

Foto: Adur

De acordo com a Adur, “a Udelar tem os salários mais baixos da educação pública nacional e das universidades da região. Continuamos em conflito, por conta da recuperação orçamentária e salarial de 7,96%”. Além do reajuste salarial, o movimento cobra o aumento do orçamento da universidade.

Além da paralisação nessa quarta (19), manifestantes realizaram um protesto no Ministério do Trabalho e Segurança Social e na sequência marcharam até a sede do Executivo federal. Foi entregue, para representantes do governo, uma carta assinada por mais de 7.000 pessoas, entre as quais referências da ciência, cultura e educação em apoio à Udelar e contra o corte no orçamento da universidade. Leia aqui.

Foto: Adur

Contra a reforma do Ensino Médio
Na última semana (11 e 12), professores, professoras e estudantes do ensino médio também realizaram novos protestos contra a reforma no ensino médio pretendida pelo governo e cobraram que as mudanças sejam discutidas somente em 2023. Estudantes chegaram a ocupar o prédio do Ministério da Educação em Montevidéu, capital do Uruguai.

Após as manifestações, a Coordenação das Câmaras Nacionais do Conselho de Formação Educacional (CFE) pediu ao governo uruguaio o adiamento da reforma educacional. 

De acordo com Associação de Docentes Secundaristas (Ades) o objetivo da manifestação era denunciar a reforma educacional promovida pelo governo liderado pelo presidente Luis Lacalle Pou, que pretende impor cortes no sistema educacional. A entidade afirma ainda que as autoridades da Administração Nacional da Educação Pública (Anep) violam a democracia, negam a liberdade de expressão, ignoram o diálogo e os direitos dos e das estudantes no país.

No dia 6 de outubro, cerca de 50 mil pessoas participaram da marcha pela Educação Pública, convocada pela Coordenadoria de Sindicatos de Educação do Uruguai (CSEU) e liderada pelos sindicatos de escolas secundárias, que participaram da ocupação de escolas secundárias.

Sob o lema “Não se dê o mesmo. Vamos defender a Educação Pública!" manifestantes marcharam da Udelar até o Parlamento uruguaio para denunciar cortes nos diferentes níveis educacionais.

Foto: Ades

Construção civil
Trabalhadores da construção civil no Uruguai realizaram nesta quinta-feira (20) uma greve nacional nesta e uma mobilização em defesa das conquistas sociais e exigirão que o governo de Luis Lacalle Pou adote medidas para enfrentar o aumento da pobreza, fome e desemprego no país. De acordo com o Sindicato Nacional da Construção e Anexos (Sunca), cerca de 12 mil postos de trabalho serão perdidos no primeiro semestre de 2023, principalmente devido à conclusão das obras em andamento.

Com informações da Adur, Ades e Telesur. Fotos: Adur e Ades

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