Docentes intensificam mobilização com atividades nas IFE e nova jornada de lutas em Brasília (DF), de 4 a 7/7

Publicado em 30 de Junho de 2022 às 18h15.
 
Docentes da Unirio levaram universidade para a praça no Rio. Foto: Adunirio SSind.

Docentes de todo o país estão em constante e crescente mobilização para barrar os sucessivos cortes nos recursos das Instituições Federais de Ensino (IFE), além de cobrar a recomposição orçamentária da Educação e reposição salarial do funcionalismo federal. Para isso, a categoria  vem realizando atividades tanto nas universidades, institutos federais e cefets, quanto nas ruas de suas cidades e da capital federal.

De segunda (27) a quarta (29), em diversas IFE ocorreram atividades de ocupação dos espaços das instituições com aulas públicas, debates, plenárias, panfletagens, oficinas, cafés da manhã, festas juninas, com o objetivo de dialogar com a comunidade acadêmica e população em geral sobre a importância das instituições e o processo de desmonte pelo qual estão passando.

Já na próxima semana, a partir de segunda-feira (4), professores e professoras da base do ANDES-SN de todo o Brasil virão em caravana à Brasília (DF), para uma intensa agenda de mobilização na capital do país até quinta-feira (7). Durante esses dias, a categoria irá abordar parlamentares no aeroporto e no Congresso Nacional cobrando atuação em defesa da Educação, além de realizar protestos e vigília em frente ao MEC. Confira a programação ao final do texto.

Na UFF, a defesa da Universidade Pública foi tema de oficina de bordado. Foto: Samuel Tosta / Aduff SSind.

A agenda foi reafirmada na última reunião do Setor das Instituições Federais (Ifes) do ANDES-SN, realizada em Brasília no sábado (25). Durante o encontro, representantes das seções sindicais e da direção do ANDES-SN avaliaram a conjuntura e os encaminhamentos trazidos das assembleias de base acerca da construção da greve dos e das docentes.

“A reunião do setor, a partir do resultado das assembleias gerais, conclui pela não deflagração da greve em 27/6. No entanto, avaliou que os ataques do governo Bolsonaro, sobretudo com os cortes na educação federal, são gravíssimos. Já temos indicativos que parte das Ifes param de funcionar já no segundo semestre. Além disso, há também o risco de o governo e reitorias imporem o Ensino Remoto, o Reuni Digital e o Future-se como alternativa à falta de recursos. Bem sabemos que essas medidas têm relação com a estratégia de girar a educação ao capital”, explicou Regina Ávila, secretária-geral do ANDES-SN.

A reunião do Setor das Ifes apontou a realização da Jornada de Lutas em julho, em conjunto com as outras categorias das IFE, para barrar os ataques à educação, com avaliação da situação orçamentária, condições de trabalho ensino, com vistas à construção da greve.

Na UFRJ, também teve debate com a comunidade acadêmica. Foto: Adufrj SSind.

Para intensificar a luta local, as seções sindicais irão solicitar audiências públicas com as reitorias, para debater o real impacto dos cortes do orçamento nas instituições; cobrar das reitorias o quadro dos impactos da Covid-19, após o retorno presencial às atividades acadêmicas; ocupar as universidades, institutos e cefets com eventos que dêem visibilidade à defesa do ensino presencial; intensificar atos e/ou paralisações, tendo como base a pauta unificada da Educação Federal, protocolado no Ministério da Educação em junho (leia aqui).

Além disso, ficou definida uma nova rodada de assembleias gerais para avaliação da mobilização, entre 20 de julho e 04 de agosto, preparando para a próxima reunião do setor das Ifes, em 06 e 07 de agosto. Confira aqui o relatório da reunião.

“Avaliamos também que as lutas até então, a exemplo da mobilização contra a PEC 32, foram fundamentais para que o governo recusasse, por enquanto. Assim, uma greve para dar conta a esses ataques está na ordem do dia. Por isso, e em defesa da educação pública, a mobilização precisa avançar. Temos a jornada de lutas aprovada e em andamento e é fundamental a organização na base, solicitando audiência sobre o orçamento das Ifes em conjunto com demais categorias, entre outras ações aprovadas”, reforçou Regina.

Na Ufpa, as atividades do Ocupa foram encerradas com Arraial de Luta. Foto: Adufpa SSind.

Ocupa universidades, institutos e cefets
Diversas atividades marcaram a semana de ocupação das universidades, institutos e cefets pelo Brasil. No Rio de Janeiro, por exemplo, docentes da Universidade Federal do RJ fizeram um debate, no campus Praia Vermelha da UFRJ. Já a categoria da Universidade Federal do Estado do RJ (Unirio) ocupou a entrada do metrô de Botafogo, com um conjunto de atividades relacionadas à pesquisa, ao ensino e à extensão, para apresentar à população alguns exemplos da importância direta das instituições de ensino superior na vida cotidiana.

Com a “Universidade na Praça”, docentes da Unirio dialogaram com trabalhadoras e trabalhadores sobre o encolhimento do orçamento da Educação. Entre 2015 e 2021, a verba para custeio das universidades federais caiu 60%, segundo a Associação Nacional de Dirigentes das Ifes, a Andifes.

Na Universidade Federal Fluminense (UFF), houve oficina de grafite, Hip Hop, e roda de confecções de broches bordados com temas em defesa da Universidade pública, além de aula pública. Na Federal do Amazonas (Ufam), professores, professoras e estudantes se reuniram, na manhã de quarta-feira (29), para dialogar sobre a construção de mobilização contra os cortes orçamentários na educação pública e a precarização das condições de ensino.

A festa junina “Arraial de Luta”, na quarta (29), encerrou a agenda de debates, arte e cultura na Universidade Federal do Pará (Ufpa).  Na Federal de Pelotas, na segunda (27), aconteceu o seminário “Metas, resultados, teletrabalho: o que muda nas relações de trabalho nas instituições federais e como isso afeta o princípio da gestão democrática do ensino público?”. Na Federal do Maranhã (Ufma), na terça (28), a comunidade universitária reuniu-se, presencialmente, na Área de Vivência do Campus Bacanga e também via Zoom para reafirmar a defesa intransigente da Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade, Laica e Presencial.

Na UFSM, docentes dialogaram com usuários do HU e com comunidade acadêmica nas salas de aula e RU. Foto: Sedufsm SSind.

Em Santa Maria (RS), as e os docentes da UFSM fizeram panfletagem no Hospital Universitário e em espaços da instituição, como restaurante universitário e salas de aula. Na Federal do Paraná (UFPR), a categoria também realizou um dia de paralisação (27), contra os cortes, em defesa de reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

Confira a agenda da Jornada de Lutas de Julho em Brasília (DF)
04 de julho

13h em diante - Recepção do(a)s deputado(a)s no aeroporto, em Brasília, e pressão na saída dos estados.
05 de julho
7h - Recepção do(a)s deputado(a)s no aeroporto, em Brasília.
14h - Mobilização em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados
06 de julho
Manhã - Reunião com o(a)s parlamentares sobre os orçamentos
14h - Vigília em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados e visita aos
gabinetes do(a)s parlamentares
07 de julho
10h - Manifestação pela imediata abertura da CPI da Educação (local a confirmar)

* com informações e imagens das Seções Sindicais

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