Entidades denunciam problemas estruturais, insegurança e assédio na Unir

Atualizado em 10 de Maio de 2023 às 11h47

Entidades representantes das categorias docente, discente, técnicas e técnicos da Universidade Federal de Rondônia (Unir) emitiram uma nota conjunta na última sexta-feira (5) denunciando problemas estruturais, de insegurança e de assédio na universidade.

O documento é resultado da investigação feita pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de Rondônia (Adunir-Seção Sindical do ANDES-SN), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Rondônia (Sintunir) e o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Rondônia (DCE/Unir) que realizaram plenárias unificadas com a comunidade acadêmica para discutir os problemas da universidade. Denúncias gravíssimas foram apresentadas tanto em relação às condições de trabalho e ensino quanto na prática de assédios.

O campus de Porto Velho, segundo a nota, está sucateado, abandonado, sem condições adequadas de trabalho. “Faltam condições mínimas, como papel higiênico, sabão e descargas nos banheiros (os banheiros estão sem condições de uso); produtos básicos nos laboratórios; ares-condicionados funcionando nas salas (quebrados ou sem manutenção); iluminação (salas de aula, corredores e banheiros sem lâmpadas); entre tantos pequenos problemas, fáceis de serem resolvidos para proporcionar um ambiente digno. Há problemas com a rede de água e energia que há tempos não possuem manutenção e reformas, o que resultou na suspensão de aulas nos últimos semestres letivos”, denunciam às entidades.

Na nota ainda há um alerta: “Há muitos cursos sem sala de aula para estudar. Há blocos fechados e condenados como o bloco da geografia, onde funcionam vários cursos. Para não correr risco de sermos esmagados por um desmoronamento de prédio, professores e estudantes se espalharam pelo campus, numa disputa por quem chega primeiro para ocupar determinadas salas em outros blocos, de diferentes núcleos”.

Restaurante Universitário
Estudantes da Unir organizaram nas últimas semanas uma campanha nas redes sociais e mobilizações exigindo a abertura imediata do Restaurante Universitário (RU), uma política efetiva de subsídios para garantir refeições a baixo custo e a defesa das trabalhadoras e dos trabalhadores informais por vender refeições na universidade que têm sofrido perseguições da Unir.

A instituição é a única da região Norte, em âmbito federal, que não possui RU em nenhum campus. A luta pela construção de um restaurante de baixo custo já dura mais de 10 anos, quando estudantes ocuparam a reitoria da instituição em 2011 e conquistaram vários direitos, entre eles um projeto para construção do RU em cinco campi.  

“Depois de mais de 10 anos, está pronto, mas sem funcionamento, enquanto os estudantes pagam valores absurdos num prato de comida. Todo semestre se promete o RU e até hoje, nada! Cantina fechada para uma reforma eterna, pequenas lanchonetes nos corredores, moscas tomando conta do ambiente. Nas plenárias, se denunciou a invasão das moscas, pernilongos, cocô de gato (dezenas deles no campus) e outras situações de insalubridade que resultam em péssimas condições sanitárias tanto para os servidores técnicos, que precisam ficar o dia todo no campus, quanto aos estudantes e professores. A situação do campus é de completo abandono”.

Insegurança e assédio
De acordo com a nota, um dos principais fatores da insegurança no campus, especialmente no período noturno, são os problemas de infraestrutura. A falta de lâmpadas e de trancas nas portas dos banheiros e, ainda, a falta de bebedouros e banheiros funcionando nos blocos resulta em longos deslocamentos para ter esse acesso. A situação tem resultado em assédios sexuais constantes, especialmente, às mulheres.

As entidades representativas apontam também a seletividade de processos administrativos quando a reitoria da Unir não apura as denúncias de assédio moral e protege assediadoras e assediadores.  “Há diversas denúncias de assédio moral cometido pela administração da UNIR aos servidores, de professores aos estudantes, etc. como relataram vários servidores técnico-administrativos, discentes e docentes na última plenária. A teoria mais provável para os assédios e importunações sexuais que estão ocorrendo desde o retorno presencial na UNIR, tangencia a própria questão de infraestrutura, afinal como pode uma estudante se sentir segura em utilizar um banheiro sem tranca? Ou andar por um lugar que não tem iluminação, como é o caso do curso de jornalismo que funciona em um local extremamente isolado do resto da universidade?”, questionam as entidades.  

Confira a nota das entidades na íntegra aqui

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