Movimento Direita Minas tenta censurar placa da ApesJF SSind. na UFJF

Atualizado em 16 de Junho de 2020 às 17h49
Foto: ApesJF Seção Sindical

Uma placa da Associação de Professores da Universidade Federal de Juiz de Fora – Seção Sindical do ANDES-SN (ApesJF SSind) está sendo questionada pelo movimento Direita Minas. O banner com os dizeres “Luto por vida”, “#BastaBolsonaro” e “Vidas importam!” está fixado em frente à sede da entidade, localizada dentro do campus da UFJF.

Em uma carta à reitoria, a representante do movimento em Juiz de Fora, Roberta Lopes, solicita a retirada da placa e afirma que “a placa tem intensificado a escalada de confrontos entre grupos políticos adeptos de correntes político-partidárias divergentes, dentro e fora no ambiente universitário, inclusive nas redes sociais.”

Contradizendo a solicitação de censura à placa que se posiciona a favor das vidas, o movimento afirma ainda que “Espera-se de uma Associação tão relevante como a APESJF uma posição de vanguarda na luta contra a propagação do Coronavírus e também contra o aumento do número de óbitos, e não o acirramento dos ânimos no conturbado contexto político-partidário”. 

O documento pede “a implementação dos atos necessários para a retirada da placa fixada pela APESJF”. A tentativa de censura, além de encaminhada à administração da UFJF, foi protocolada no Ministério da Educação.  Em suas redes sociais, Roberta Lopes, além de coordenadora do Movimento Direita Minas  Juiz de Fora, se identifica também como Coordenadora do Mães pelo Escola Sem Partido MG, conservadora, anti-feminista, cristã e armamentista.

Questionada pelo jornal Tribuna de Minas, a reitoria da UFJF reafirmou que o espaço onde se encontra o banner é gerido pela ApesJF SSind.

Em nota de esclarecimento, a Seção Sindical do ANDES-SN afirma que “o banner exposto na fachada da sede, localizada no interior do campus da UFJF, compõe-se de manifestação em repúdio aos projetos do governo de desmonte dos serviços públicos, aos ataques aos servidores, de “luto simbólico” pelos milhares de mortos recentes por Covid-19 e em defesa das vidas negras”.

A ApesJF SSind. lembra ainda que, no último dia 14 de maio, o Supremo Tribunal Federal reafirmou o direito constitucional à livre manifestação de ideias em universidades, não cabendo, portanto, questionamentos quanto à legalidade da manifestação. 

A diretoria da Seção Sindical “repudia veementemente as mentiras propagadas nas mídias sociais sobre a manifestação, demonstrando a importância e a necessidade da intensificação da luta contra o racismo e o fascismo na sociedade”.

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