Placas com campanha do Sinasefe contra Bolsonaro são alvo de ataque

Publicado em 20 de Agosto de 2020 às 10h11
Modelo do outdoor que foi alvo de ataque

Três outdoors da campanha “Fora Bolsonaro”, do Sinasefe, foram derrubados em Corumbá (MS), na noite de sexta-feira (14). As placas trazem mensagens contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e denunciam a falta de políticas do governo federal no enfrentamento à pandemia da Covid -19. O crime ocorreu dias antes da data prevista para uma visita do presidente à cidade.

A arte, disponibilizada pelo Sinasefe Nacional para todas as seções da entidade no país, traz uma imagem adaptada de Bolsonaro com uma foice, associando à imagem do ceifeiro da vida, com os dizeres “a morte não pode governar o Brasil. Fora Bolsonaro”.

“Esse ato bárbaro é uma demonstração da ideia de “liberdade de expressão” presente entre muitos dos apoiadores desse governo. Fica clara a estratégia que será utilizada para salvar a imagem do presidente, cuja condução desastrosa de nossa crise sanitária já levou a mais de 100.000 mortes. O Sinasefe – MS repudia enfaticamente esse atentado contra a democracia e comunica que tomará todas as medidas cabíveis para que os autores dessa ação criminosa sejam identificados e responsabilizados”, declarou em nota o Sinasefe-MS.

David Lobão, da coordenação-geral do Sinasefe Nacional conta que a campanha foi inicialmente pensada pelo Sinasfe Sergipe e que, em uma plenária nacional realizada, próxima a data que o país alcançou a triste marca de 100 mil mortos, a entidade deliberou ampliar a campanha para todos os estados brasileiros.


De acordo com o coordenador-geral do Sinasefe, houve resistência de algumas empresas em divulgar a arte que denuncia a ausência de medidas, por parte do governo de Jair Bolsonaro, no combate à pandemia. Lobão conta ainda que o episódio em Corumbá não foi o primeiro ato de vandalismo contra a campanha. Antes, um home já havia destruído um outdoor no Espírito Santo e chegou a registrar o ato e divulgar em sua página em uma rede social, afirmando que “não poderia permitir que mentiras fossem divulgadas”.

O Sinasefe registrou boletim de ocorrência dos casos do Espírito Santo e no Mato Grosso do Sul, e está adotando as providências legais cabíveis. Além disso, tem dado ampla repercussão tanto aos atos de vandalismo quanto à campanha. “Nós não vamos recuar. Vamos continuar fazendo a campanha de que a morte não pode governar o Brasil”, afirma Lobão. 

Para ele, as atitudes demonstram o desespero dos apoiadores do governo Bolsonaro, que se baseiam em argumentos falsos para justificar os ataques. “O principal argumento de quem destrói os outdoors é de que o governo federal não é responsável [pelas mortes], porque o Supremo Tribunal Federal proibiu Bolsonaro de tomar decisões e que as decisões eram de responsabilidade dos estados e municípios. Mas não foi isso que o STF julgou. Ele não foi impedido de combater o coronavírus, ele foi impedido de proibir que governadores e prefeitos determinassem políticas de isolamento social, pois o que ele queria era bem mais danoso e poderia levar a um número muito maior de mortes, sem dúvida alguma”, afirmou. 

O dirigente do Sinasefe criticou ainda a postura do presidente de ter iniciado uma agenda de viagens pelo país, provocando aglomerações nos lugares que visita. “É uma irresponsabilidade sem tamanho. Então, vamos continuar na nossa campanha, denunciando esse governo que é sim responsável pelas mortes, um governo com mãos sujas de sangue. E nós não teremos medo de reafirmar isso, pelos quatro cantos do país”, concluiu.

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