Primeira professora trans do IFCE é exonerada de forma arbitrária

Publicado em 15 de Janeiro de 2024 às 16h48. Atualizado em 15 de Janeiro de 2024 às 16h50

A primeira professora trans do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Êmy Virgínia Oliveira da Costa, foi exonerada de forma arbitrária e irregular em 8 de janeiro. A docente faz doutorado na Universidad de la República (Uruguai) e ausentou-se do país para cumprir suas atividades no programa. 

Conforme autorizado pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) do IFCE e pelo colegiado de curso e comunicado aos demais setores do instituto, todas as suas aulas na instituição foram antecipadas para permitir sua ausência no período sem prejuízos. No entanto, a ausência da docente foi utilizada como justificativa para a exoneração.  

Foto: Sindifce / Divulgação

Em nota, a diretoria do ANDES-SN se solidariza com a professora Êmy Virgínia Oliveira da Costa, denunciando as violências sofridas e exigindo que o IFCE “não dê cabo da decisão que fere não apenas o princípio da isonomia que rege os órgãos públicos – até em razão de se ter conhecimento de muitos casos semelhantes sem qualquer sanção –, mas, também o direito à qualificação docente, reforçando a transfobia estrutural que expulsa cotidianamente pessoas trans de instituições de ensino, quer como discentes, seja como docentes”.

O Sindicato Nacional reforça que janeiro é o mês da visibilidade trans e que a data 29 de janeiro está incorporada ao calendário de lutas da entidade como Dia Nacional da Visibilidade Trans. “Nesse sentido, é urgente reforçar, neste mês da visibilidade trans, o modo pelo qual travestis, transexuais e pessoas transgêneras são excluídas da nossa sociedade de maneira geral, assim como, das universidades, IFs e CEFETs. Pesquisa da Andifes (2018) revela que pessoas transgêneras representam apenas 0,8% dos estudantes em instituições públicas de ensino superior, sendo 0,1% de Mulheres Trans, 01% de Homens Trans e 0,6% de pessoas não-binárias, contudo, a categoria travesti não é usada na pesquisa”, ressalta a diretoria do ANDES-SN.

Confira a nota completa

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