Professor da Uemasul é assassinado em Açailândia (MA). Entidades cobram justiça

Atualizado em 12 de Agosto de 2022 às 13h49
Arquivo pessoal

O professor Neylson Oliveira foi assassinado em Açailândia, a 562 km de São Luís, capital do Maranhão. Seu corpo foi encontrado, na manhã de quarta-feira (10), em um matagal, no bairro Laranjeiras, com ferimentos, sinais de tortura e marcas de estrangulamento.

Oliveira era natural de São Luís e morava em Açailândia, onde trabalhava na Escola Municipal Fernando Rodrigues, na Vila Ildemar. Ele também era professor substituto da disciplina de Libras da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul), campus de Imperatriz.

Além de professor, Neylson era militante do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), sindicalista e LGBTQIAP+. Foi diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMA na gestão ‘Nada Será como Antes’ e integrante do Programa Nacional de Educação por Reforma Agrária (Pronera). Em 2021, esteve no comando de greve da grande paralisação protagonizada por professores e professoras de Açailândia.

 “Existem suposições de que teria sido um latrocínio e, pelo requinte de crueldade dos criminosos, não resta dúvida que esse crime está também atravessado por LGBTfobia”, afirmou em nota o PSTU.

A Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão – Seção Sindical do ANDES-SN (Apruma SSind.) também lamentou profundamente a morte de Neylson, a qual classificou como “assassinato frio, covarde e cruel”.

“Tiraram da gente um de nossos melhores quadros. Impossível, na história recente das lutas sociais no Maranhão, não lembrar da figura pacata e ao mesmo tempo firme de Neylson, o Ney do movimento estudantil, o professor Neylson, para seus alunos da rede pública de Açailândia. Aquele que sequer disputava espaço no âmbito da militância, e que quando interrompia alguma fala era para garantir que a anterior fosse respeitada – geralmente quando uma mulher era cerceada ou interrompida”, disse em nota a Apruma SSind.

A entidade lembrou ainda o histórico de lutas do docente. “Era um garoto que exigia que a Reitoria da UFMA respeitasse a própria instituição – ironia das ironias -, somos privados de tua companhia justo no Dia do Estudante. Era um cidadão dormindo nos corredores da Câmara Municipal de São Luís, peitando a Casa que virava as costas para a cidade, ou quando seguia sem temer, diante de policiais armados, quando nas marchas pelo transporte público digno nas ruas do centro da capital, ou participando de Assembleias Populares. Era um professor, na melhor acepção do termo, exigindo que a Prefeitura de Açailândia respeitasse a categoria”, contou. 

A nota ressaltou ainda o protagonismo de Neylson na luta em defesa da Educação Pública, contra a LGBTQIAP+fobia, o racismo, contra a violência no campo e nas periferias. “Por tudo que representa, não silenciaremos ante a tortura de que foi vítima. Juntos e juntas exigiremos das autoridades elucidação dessa barbaridade. Em nome da justiça que tanto buscou em vida”, afirmou a Seção Sindical do ANDES-SN na UFMA.

Confira a íntegra da nota da Apruma SSind.

* com informações de Mídia Ninja

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