Professoras e professores de SP deflagram greve sanitária contra a volta às aulas presenciais

Atualizado em 09 de Fevereiro de 2021 às 11h07

As e os professores da rede estadual de São Paulo deliberaram pela greve sanitária da categoria a partir de segunda-feira (8) em defesa da vida e contra a volta às aulas presenciais. Com votação realização em assembleia virtual, na última sexta (5), 91,7% das e dos professores aprovaram pela paralisação e a permanência do trabalho remoto devido à pandemia da Covid-19. A paralisação conta com cerca de 15% de adesão da categoria.

O início das aulas na rede estadual, previsto para segunda (8), inicialmente teria um revezamento com presença de 35% dos alunos, conforme regras do governo do estado, e com a flexibilização para a fase amarela, poderia chegar a 70% de ocupação das salas. Apenas 5% dos alunos retornaram, precentual bem abaixo do estipulado pelo governo. O retorno presencial dos estudantes ainda é facultativo nas fases laranja e vermelha.

Apesar de João Doria (PSDB) afirmar que as escolas da rede foram equipadas para dar segurança a alunas, alunos, educadoras e educadores, as e os professores denunciam que o governo não tem garantido segurança nas escolas. Escolas públicas e particulares têm anunciado suspensão das aulas devido a contaminações do novo coronavírus. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) levantou dados que apontam 147 casos de infecção por Covid-19 em escolas com atividades presenciais.

Para Richard Araújo, diretor da Apeoesp pela Oposição Unificada e do Coletivo Sindical e Popular Travessia, “o governador Dória e Rossieli [secretário de Educação], apesar do discurso pretensamente pautado na ciência, expressa um negacionismo gigantesco, não menos nefasto que o de Bolsonaro, ao impor a retomada das atividades presenciais”.

“Num momento em que o correto seria fortalecer as medidas de distanciamento e isolamento sociais para não seguir o caminho que levou o estado do Amazonas ao colapso do sistema da saúde, eles se vendem às pressões dos setores vinculados à educação privada, colocando a vida de profissionais da educação, estudantes e famílias trabalhadoras em risco para preservar os lucros”, ressalta.

O Sindicato realizará nesta semana atos e manifestações para denunciar à população o descaso do governador Doria com a vida e, ainda, o diálogo com vereadoras, vereadores,  prefeitas e prefeitos sobre a situação.

Fonte: CSP-Conlutas, com edição e acréscimo de informações de ANDES-SN

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