Desemprego no Brasil atinge a maior taxa desde 2012

Atualizado em 04 de Novembro de 2020 às 11h46

No Brasil, 13,8 milhões de pessoas estão desempregadas

A taxa de desemprego no Brasil atingiu 14,4% no último trimestre deste ano. São 13,8 milhões brasileiros desempregados, é o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na sexta-feira (30). O percentual é referente ao período de junho a agosto de 2020 e considerado o mais alto da série histórica desde 2012. Além da crise econômica e política enfrentada no país, o contexto da pandemia da Covid-19 e a falta de políticas emergenciais eficazes têm ampliado as desigualdades. 

De acordo com o levantamento, mais 1,1 milhão de pessoas ficou desempregada, um aumento de 1,6%, em comparação ao trimestre anterior (março a maio) quando a taxa de desemprego era de 12,8%. Já em relação ao mesmo período de 2019, o aumento percentual foi de 2,6%, sendo o total de desempregados de 11,8%.

Ainda segundo o estudo, a faixa etária com o maior percentual de desempregados é a de 25 a 39 anos, com 35,3%; seguida de jovens de 18 a 24 anos com 30% da população desempregada geral.

A taxa composta da subutilização da força de trabalho no país foi de 30,6% da força de trabalho, o que significa 33,3 milhões de pessoas. Para os homens, esta taxa foi estimada em 17,9% e para as mulheres em 25,3%. Na definição do IBGE, o indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e a taxa da força de trabalho potencial – que são pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. 

Crise
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, sem incluir os trabalhadores domésticos, foi estimado em 29,1 milhões, o menor da série da pesquisa, com uma queda de 6,5%, menos 2 milhões de pessoas, frente ao trimestre anterior e de 12%, menos 4,0 milhões de pessoas, ante o mesmo trimestre de 2019.

Já os trabalhadores informais, empregados sem carteira assinada, são 8,8 milhões de pessoas. Em relação ao trimestre anterior, a queda foi de 5%, o que significa 463 mil pessoas e ante o mesmo trimestre de 2019, a queda foi de 25,8%, 3 milhões de pessoas atingidas. 

No Brasil, conforme a Pnad, 21,5 milhões de pessoas trabalham por conta própria. Essa forma de trabalho caiu 4% (ou menos 894 mil) em relação ao trimestre anterior e 11,4% (ou menos 2,8 milhões de pessoas) frente ao mesmo período de 2019.

Os trabalhadores domésticos, em sua maioria mulheres, correspondem a 4,6 milhões de pessoas. O índice é o menor da série, caindo 9,4% (menos 473 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 27,5% (menos 1,7 milhão de pessoas) em comparação ao mesmo período do ano passado.

No setor público, a categoria dos empregados, 11,9 milhões de pessoas, que inclui servidores estatutários e militares, caiu frente ao trimestre anterior (-2,8% ou menos 343 mil pessoas) e permaneceu estável em relação ao mesmo trimestre de 2019.

Informalidade
A pesquisa do IBGE abrange o mercado de trabalho amplo, que inclui também trabalhadores informais. A taxa de informalidade chegou a 38% da população ocupada, o que equivale a 31 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa foi 37,6% e, no mesmo trimestre de 2019, 41,4%.

Alternativa
Como alternativa ao desemprego, a CSP-Conlutas, central à qual o ANDES-SN é filiado, elaborou o Programa dos Trabalhadores para Enfrentar a Crise, exigindo aumento do auxílio emergencial e seguro desemprego; estabilidade no emprego sem redução de salários e direitos; reestatização das empresas privatizadas; plano emergencial de obras e abertura de postos de trabalho; suspensão da dívida pública, taxação e confisco das grandes fortunas e estatização dos bancos para garantir a vida e serviços públicos de qualidade à população.

* imagem: divulgação / Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP

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