No ano passado, criação de empregos formais teve queda de 27% em relação a 2021

Atualizado em 01 de Fevereiro de 2023 às 17h24
Apenas em dezembro, foram fechadas 431.011 vagas de empregos formais. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Ministério do Trabalho (MTb) divulgou nessa terça-feira (31) os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes a 2022. O levantamento aponta a queda na criação de empregos formais no país no último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o Caged, que compila a admissão e demissão de trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada, foram registradas 22,64 milhões de contratações e 20,61 milhões de demissões, o que gerou um saldo positivo de 2,04 milhões de vagas criadas. Contudo, o resultado é 26,6% menor em comparação com o saldo registrado em 2021, quando foram geradas 2,78 milhões de vagas.

Apenas em dezembro, foram fechados 431.011 empregos formais, com perdas em todos os cinco setores da economia.  No total, o país encerrou 2022 com um saldo total de 42,71 milhões de empregos com carteira assinada.

De acordo com os dados apresentados pelo MTb, a criação de empregos formais foi puxada pelo setor de serviços, que abriu 1,177 milhão de vagas, seguido pelo setor de comércio (+ 350 mil), indústria (+ 252 mil), construção (+ 194 mil) e agropecuária (+ 65 mil).

O salário médio de admissão com carteira assinada foi de R$ 1.915,16, em dezembro. Em novembro, estava em R$ 1.933,06. Já o salário médio de demissão ficou em R$ 2.038,70 em dezembro, contra R$ 2.022,92 em novembro.

Vagas precarizadas
Conforme os dados apresentados, 14% das vagas criadas em 2022 foram ocupadas pelos chamados “trabalhadores não típicos”, como aprendizes, com contrato intermitente, temporários e com carga horária de até 30 horas semanais.

Em entrevista coletiva, o subsecretário de Estudos e Estatísticas do Trabalho, Felipe Pateo, afirmou que esse tipo de vaga precarizada cresceu muito mais do que os postos típicos durante o governo de ultradireita de Bolsonaro. O ministro da Pasta, Luiz Marinho atribuiu a queda no volume de empregos formais à reforma Trabalhista realizada pelo governo Temer, em 2017.

De acordo com Marinho, houve uma queda na fiscalização, o que precarizou os contratos trabalhistas. O ministro falou ainda sobre o fortalecimento das negociações trabalhistas, do papel dos sindicatos e da negociação coletiva como tarefas para o resgate da qualidade do trabalho.

Pela revogação da Reforma Trabalhista
O ANDES-SN, em conjunto com a CSP-Conlutas, o Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e demais entidades e centrais sindicais, defende a revogação da reforma Trabalhista e a reversão dos ataques aos direitos da classe trabalhadora.

Fonte: CSP-Conlutas, com edição e inclusão de informações do ANDES-SN

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