Entidades enviam carta aberta à ministra da Saúde contra a Ebserh e pedem abertura de diálogo

Publicado em 05 de Janeiro de 2024 às 13h31. Atualizado em 05 de Janeiro de 2024 às 13h40

Entidades que atuam em defesa da Saúde pública, estatal e de qualidade, entre elas o ANDES-SN, enviaram uma carta aberta à ministra da Saúde, Nísia Trindade. No documento, questionam a criação de um grupo de trabalho para discutir a fusão de dois hospitais da rede federal e alertam sobre os impactos negativos do processo de privatização dos Hospitais Universitários  através da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

De acordo com o documento, em 22 de dezembro houve uma reunião na reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), com a presença da ministra, para discutir a proposta de fusão do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) com o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), da Unirio. As entidades questionam o fato dessa proposta, que contraria interesses da população usuária do SUS e de trabalhadoras e trabalhadores, não ter sido debatida com movimentos sociais e entidades sindicais.

“Acompanhamos os Hospitais universitários geridos pela EBSERH e nenhum deles apresenta melhorias para a assistência, tampouco para servidores, pelo contrário! As mazelas que acometem as instituições públicas como a falta de financiamento adequado, também recai sobre a EBSERH, pois a fonte de financiamento é a mesma, além de propiciar um ambiente tóxico, com assédio moral e sobrecarga de trabalho”, alertam na carta. 

As entidades solicitam a retomada do diálogo, com o Ministério da Saúde, sobre uma proposta que efetivamente possa levar à recuperação da rede federal de hospitais, em sua total capacidade, a qual inclua a realização de concurso público, gestão participativa e conselho gestor nas unidades e pedem a extinção do grupo de trabalho. Lembram, ainda, que tentativas anteriores de contratualizar com a Ebserh, como ocorreu com o Instituto Nacional de Cardiologia em 2015, foram abandonadas pelo repúdio de seus servidores e suas servidoras.

“Não podemos permitir que essa administração, tão saudada por trabalhadores e usuários, seja maculada por políticas equivocadas e perigosas que não encontraram acolhida em nenhuma das instâncias onde a população se faz presente no SUS, bem a falta de sensibilidade no que toca os aspectos democráticos que devem envolver a questão. O programa que elegeu Lula e a garantiu como ministra, versa por um SUS forte, universal, estatal, democrático, com qualidade e equidade! EBSERH, não!”, concluem.

Confira aqui a Carta aberta à ministra da Saúde.

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