Liminar suspende tramitação da reforma da Previdência na Bahia e servidores intensificam mobilização

Publicado em 14 de Janeiro de 2020 às 12h48. Atualizado em 15 de Janeiro de 2020 às 21h15

Uma liminar da desembargadora Rosita Falcão de Almeida Maia, do Tribunal de Justiça da Bahia, suspendeu a tramitação da Reforma da Previdência dos servidores estaduais baianos. A medida, concedida no sábado (11), atendeu ao pedido do deputado estadual Hilton Coelho (PSol) para suspender a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional nº 158/2019 ou qualquer deliberação a seu respeito, até o julgamento definitivo do mérito do Mandado de Segurança.


Nessa segunda-feira (13), os servidores realizaram manifestação em frente à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). No final da tarde desta segunda estava prevista uma reunião com o governo, que foi suspensa e não há perspectiva de agenda. Novos atos estão marcados para terça e quarta-feira (14 e 15). E na quinta, os manifestantes participarão também da Lavagem do Bonfim.


Segundo André Uzeda, coordenador do Fórum das ADs - que reúne representações das quatro seções sindicais dos docentes das Estaduais da Bahia (Uneb, Uefs, Uesb, Uesc) – os docentes e demais servidores estão lutando pela retirada da proposta como um todo, uma vez que não há acordo com o conteúdo da mesma e nem com a forma como foi encaminhada.


“A tramitação está suspensa pela liminar da juíza em resposta à solicitação do deputado do PSol Hilton Coelho. Temos receio que possa cair a qualquer momento. O governo trabalha com a ideia de que a gente aceite negociar, mas estamos lutando no sentido de retirada total da PEC, por conta do conteúdo e a forma como foi encaminhada, sem nenhum debate com a categoria”, explica o docente.


De acordo com o representante do Fórum das ADs, a PEC 158/2019 foi apresentada dia 17 de dezembro. No dia seguinte, foi aprovada a tramitação em regime de prioridade e encaminhada alterações à proposta.  “O prazo para emenda foi até 30/12. Os prazos regimentais foram reduzidos pela metade. [O governo] Com maioria, eles negociaram com a oposição de direita a votação, para também negociar nos mesmos moldes nas Câmaras municipais”, acrescentou. Uzeda ressaltou que os servidores estaduais seguirão em resistência.


Mobilização

Desde que a reforma foi apresentada na Alba, os servidores baianos estão realizando diversos protestos e reuniões com parlamentares para pressionar pela retirada da PEC e entre as entidades sindicais para organizar e ampliar a luta em defesa da aposentadoria.

No dia 7, os servidores públicos baianos fizeram um ato em frente à Alba, que contou com a participação de representantes de mais de 30 sindicatos estaduais além de centrais sindicais. A mobilização garantiu uma reunião das categorias com o líder do governo da Casa, parlamentares da base governista e a oposição de esquerda independente. As lideranças sindicais definiram o momento como um marco histórico nas lutas do funcionalismo público da Bahia e demarcaram unidade na pauta pela retirada da PEC 158/2019 para a votação no mês de janeiro.

“O governador escolheu colocar a reforma para votação agora nas férias porque contava com a desmobilização. Estamos demonstrando justamente o contrário: estamos mobilizados e unidos pela retirada da votação do projeto. Mesmo o governo se utilizando do argumento de que precisa se enquadrar na Reforma da Previdência Federal, sabemos que ele não é válido, pois na Bahia essa reforma já foi aplicada. Os itens que a reforma federal exige já existem aqui, que é a alíquota mínima de 14% e a previdência própria complementar (PREVBAHIA). Ou seja, o que não faltam são argumentos para mostrar que não há nenhum motivo para essa reforma ser votada agora ‘a toque de caixa’ de maneira autoritária e sem discussão”, argumentou André Uzeda, durante a reunião com os deputados estaduais.

Mudanças
Na manhã desta terça-feira, o governador Rui Costa encaminhou um ofício à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) solicitando que a PEC 158 seja retirada de tramitação. O deputado Rosemberg Pinto, líder do governo na Alba, disse que um novo texto será apresentado ainda hoje (14) e afirmou que pontos questionados pelos movimentos sociais serão incluídos na nova proposta. Os servidores baianos continuam realizando atos em diversos locais do estado.

*Com informações do Fórum das ADs

 

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