Promover o genocídio é a ideia que move a caneta presidencial

Atualizado em 09 de Julho de 2020 às 16h48

A mensagem presidencial 378 publicada no Diário Oficial da União de quarta-feira (8) ilustra claramente que há um propósito maior movendo o governo: o genocídio.

Impossível exagerar a importância que as comunidades originárias dão à água, à chuva e aos rios que banham as terras onde vivem. Reverenciando as forças da natureza, indígenas dominam uma técnica agrícola ancestral e sofisticada, por meio da qual retiram sua subsistência das florestas tornando-as ainda mais férteis; o exato oposto da ânsia exploratória que têm ocasionado a gravíssima crise climática que ora atravessamos. 

O capitão que ocupa a cadeira presidencial vetou 16 pontos de um projeto de lei aprovado pelo Congresso, entre eles a obrigatoriedade do governo garantir acesso acesso universal à água potável; a distribuição de material de higiene; de cestas básicas para garantir a segurança alimentar e a produção de cartilhas para ensinar índios e quilombolas a se protegerem da Covid. Dessa forma, negou-lhes o direito à vida.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) afirma que 446 índios morreram, até agora, vítimas da atual pandemia. Registrados, apenas 187 óbitos: o Ministério da Saúde conta somente os casos dos habitantes de terras demarcadas. 

No mesmo dia em que o presidente demonstrou que o plano de extinguir populações fragilizadas é o que move a sua caneta, o ministro do STF Luís Roberto Barroso obrigou o governo a instalar barreiras sanitárias e criar uma sala de situação para monitorar o avanço do vírus nas comunidades indígenas e quilombolas, ressaltando que “há resistência no governo quanto à concretização dos direitos dos povos indígenas”. Na Câmara, a deputada Joenia Wapichana resumiu em uma frase: “É uma política genocida”. 

Créditos da Foto: Luís Augusto Vieira

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