Greve dos trabalhadores dos Correios completa um mês

Publicado em 17 de Setembro de 2020 às 14h12. Atualizado em 17 de Setembro de 2020 às 14h16
Movimento grevista luta por condições de segurança e remuneração justa, entre outras demandas. Crédito: CSP-Conlutas.

Trabalhadores dos Correios completam nesta quinta-feira (17) um mês de greve. Estão previstos atos e manifestações em todo o país por condições de segurança e remuneração justa, em defesa dos seus direitos e contra a privatização da empresa.

Na última sexta-feira (11), ocorreu uma audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) entre a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect) e a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que permaneceu resoluta e não negociou as reivindicações dos trabalhadores. Na reunião, os representantes do sindicato disseram que os Correios lucraram R$ 600 milhões no primeiro semestre e, para o segundo semestre, a tendência é dobrar o lucro. A ECT e o governo Bolsonaro atacam direitos conquistados com o falso argumento de dificuldade financeira.

A greve atinge todos os estados e recebeu o apoio das 31 unidades sindicais representativas que, ao lado da Fentect, apontam o corte de 70 cláusulas do acordo coletivo da categoria. Entre esses, destacam-se o tempo de licença-maternidade, reduzido de 180 para 120 dias; a diminuição no pagamento de adicional noturno e de horas extras; a queda do valor de indenização por morte; cortes no auxílio para filhos com necessidades especiais e no auxílio-creche. Ainda, a revogação do acordo coletivo impactou negativamente na remuneração ao cortar benefícios complementares à remuneração-base.

O julgamento de dissídio será na próxima segunda-feira (21). Neste mesmo dia, segundo a Fentect, está programado um ato em Brasília (DF). Os atos do dia 17 e do dia 21 fazem parte do calendário de lutas da categoria, que foi aprovado na última reunião da diretoria com os sindicatos filiados, realizada por videoconferência.

Covid-19
Quase 100 trabalhadores dos Correios morreram e outros milhares foram contaminados pela Covid-19, de acordo com dados divulgados em agosto pela Fentect. O sindicato denuncia, desde o início da pandemia, a negligência dos dirigentes da empresa, que não forneceram condições mínimas de prevenção ao contágio. Faltam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e proteção nos guichês de atendimento. A empresa forneceu para algumas agências álcool em gel, máscaras de proteção e produtos para desinfecção dos pacotes depois que os sindicatos impetraram ações judiciais. Entretanto, no interior do Brasil, várias agências ainda permanecem sem a mínima estrutura sanitária para atendimento ao público Além disso, a Fentect denuncia que a ECT se nega a realizar a testagem em unidades onde se confirmam o contágio de algum trabalhador e não faz o isolamento do trabalhador quando há suspeitas.

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